quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

AULA DE HISTÓRIA - 9º ANO - A GUERRA DE CANUDOS


COLÉGIO DEGRAUS
AULA DE HISTÓRIA
PROFESSOR ANDRÉ LUIZ RAIMUNDO
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DO FILME A GUERRA DE CANUDOS
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Descrição:
Após terem, estudados o fatos que levaram a queda do Imperador Dom Pedro II, os estudantes irão assistir o filme A guerra de Canudos com o objetivo de compreender a realidade vivida pelas pessoas desse povoado e poder contextualizá-la no cenário político-social estudado.
A sala será divida em pequenos grupos que terão a missão de observar alguns temas específicos trabalhados no filme.
Para isso cada grupo, receberá algumas perguntas que serão respondidas a partir da observação do filme.
Após essa etapa, os estudantes irão socializar as respostas para os demais grupos a fim de que possam construir uma resenha sobre o filme.

Filme: A Guerra de Canudos
O filme A Guerra de Canudos, dirigido por Sérgio Rezende e produzido por Mariza Leão, é uma superprodução brasileira filmada na região onde se passaram os fatos. Foi lançado em 1997, 100 anos após essa guerra, que causou a destruição do povoado. O filme pode ser encontrado em vídeo, distribuído pela Columbia Tristar Home Video, tem duração de 180 minutos e foi exibido também na televisão como minissérie. O objetivo do filme é retratar a Guerra de Canudos, mas é bom lembrar que se trata da versão do diretor sobre os acontecimentos, apresentados segundo sua opinião.

Procure observar o seguinte:
G1
  1. Época e local dos acontecimentos;
  2. Período da História do Brasil a que corresponde e quem governava o país na época;
G2
  1. Condições de vida e problemas enfrentados pela população do sertão nordestino na época e o que fazia para sobreviver;
  2. Quem tomava as decisões nas famílias do sertão nordestino;
G3
  1. Segundo uma personagem do filme, o fotógrafo e jornalista Pedro Martins, quem era considerado cidadão naquela época;

G4
  1. Quem foi Antônio Conselheiro e quais eram suas idéias (o que defendia, o que combatia, por que, como definia o regime republicano e por que as pessoas o seguiam);
G5
  1. Quando, como, onde e por quem foi fundado o povoado de Belo Monte ou arraial de Canudos;
  2. O que Antônio Conselheiro propôs a seus seguidores ao fundar Canudos;
G6
  1. Como eram as casas e as condições de vida em Belo Monte;
  2. O que era produzido em Belo Monte e para quem ficavam os produtos;
G7
  1. O que aconteceu com muitos povoados do Nordeste após a fundação de Belo Monte;
  2. Como Antônio Conselheiro arrecadava dinheiro e mantimentos;
G8
  1. Por quem e quantas vezes os moradores de Belo Monte foram atacados;
  2. Armas e modo que os moradores de Belo Monte usaram para enfrentar o primeiro ataque;
  3. Armas e modo que os moradores de Belo Monte usaram para enfrentar outros ataques, o que os motivava a lutar e a quem atribuíam a culpa pela guerra;
G9
  1. Como a população de Belo Monte era considerada pelos de fora;
  2. Como Conselheiro se referia aos soldados do Exército;
G10
  1. Modo como o Exército pretendia tomar Belo Monte na quarta ofensiva, modo como os soldados do Exército eram recrutados, quantos eram, problemas que enfrentavam e opinião que tinham sobre os sertanejos;
G11
  1. Como a imprensa relatava ao país os acontecimentos de Canudos e por que acontecia isso;
G12
  1. Sentimentos que Antônio Conselheiro despertava nas pessoas e por que isso acontecia;
G13
  1. Modo como eram feitos os registros dos acontecimentos da guerra;
  2. Suspeitas de corrupção levantadas a respeito do abastecimento das tropas do Exército;
G14
  1. Por que o jornalista foi enviado à frente de batalha, opinião que tinha sobre os sertanejos e soldados do Exército e por que foi retirado da região;
  2. Mensagem do presidente da República às tropas do Exército;
G15
  1. Tempo de duração da última batalha;
    O que aconteceu com o povoado de Belo Monte e sua popu
    lação em outubro de 1897;
  2. Quem criticou a atuação do comandante das tropas do Exército e por que criticou.
Para todos
  1. Tente fazer sua análise pessoal a respeito dos acontecimentos e do filme:
  2. Em sua opinião, por que o presidente enviou uma mensagem aos soldados e o que pretendia com isso?
  3. Dê exemplos a respeito de como o fanatismo religioso estava presente na vida da população de Canudos.
  4. Em sua opinião, por que havia o fanatismo religioso?

ORIENTAÇÕES PARA SE FAZER UMA RESENHA
Fonte: Site TEXBR, José Luiz Fion (Dr. em Letras – USP) e Francisco Platão Savioli (Dr. Em Comunicação ECA-USP)
RESENHA DE FILME
Dados completos de uma aventura ou filme, composta de: Sinopse, História, Ambientação, Personagens, Curiosidades, Ficha Técnica e Depoimento.

a) Sinopse - Um máximo de cinco linhas que revela o que estará contido no roteiro da aventura (considerando tamanho 12 em fonte arial). São poucas linhas que devem dar uma idéia geral de toda a história.

b) História - Geralmente esta é a parte maior da resenha, pois embora escrita de forma resumida, pode chegar a 25 ou 50 linhas (ou até mais se a aventura se desenrolar por três, quatro ou mais revistas). É desejável que a resenha não conte o final da história, instigando a curiosidade em quem já leu a aventura para ler novamente e, em quem não leu, para tentar encontrar a revista resenhada. 

c) Ambientação - Parte geralmente muito pequena, que fica em torno de 5 a 10 linhas, pois é uma breve descrição dos locais onde se passam as ações da aventura: o País, o Estado, as cidades, os vilarejos, acidentes geográficos, saloons, estábulo, delegacia, desertos, etc.

d) Personagens - Todos os principais que participam da história.
e) Curiosidades - A critério de cada colaborador: podem ser coisas curiosas da história, dos personagens, incongruências no argumento, falhas na arte, etc. Quanto a tamanho, pode ser do tamanho que o colaborador julgar necessário, mas recomendamos nunca ultrapassar o tamanho do texto escrito na parte HISTÓRIA.

f) Ficha Técnica - Nome do livro ou filme, data de estréia ou preço de capa, Editora, nº de páginas, autor do livro ou roteiro, diretor,  argumento, etc.

g) Depoimento - Sua opinião pessoal sobre a aventura resenhada: história, arte, personagens, filme como um todo ou livro, etc.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Que sentimento nos faz filosofar?

17/08/2011 - 20h00

Em entrevista, autor fala sobre o sentimento que nos faz filosofar

FABIO ANDRIGHETTO
da Livraria da Folha
Philia, eros e ágape, são três palavras gregas para o amor. A primeira delas, entre outros méritos, dá origem ao nome filosofia, o amor à sabedoria. Esse sentimento que provoca o filosofar é o tema de "Como a Filosofia Pode Explicar o Amor".
O livro debate diversas manifestações de amor --entre casais, pais e filhos, amigos e desconhecidos-- e como o assunto intriga filósofos de todas as épocas, de Sócrates e Platão a Harry Frankfurt e Neera Badhwar.
Em entrevista à Livraria da Folha, o autor Paulo Ghiraldelli Jr. falou sobre a importância do amor para os filósofos e à vida cotidiana.
*
Livraria - O título do livro não é uma pergunta ("Como a Filosofia Pode Explicar o Amor"). A filosofia pode realmente explicar o amor? Alguns capítulos terminam com um parágrafo repleto de perguntas.
Reprodução
A complexidade do termo "amor" faz alguns pensarem que ele seria algo incapaz de ser compreendido.
Alguns pensam que o "amor" é algo impossível de ser compreendido
Paulo Ghiraldelli Jr. - Escrevi não só para o público leitor. Escrevi esse livrinho também para eu mesmo ler! Sim! Aos 53 anos e estando no terceiro casamento eu precisava rearranjar o amor diante da minha razão e de meu vocabulário. Ao mesmo tempo, vinha sendo cobrado pelos leitores para escrever sobre o assunto. Fiz as duas coisas. Mas não quis colocar o título como pergunta. Pois havia uma pretensão inicial de dar uma resposta positiva, arredondada. Mas, conforme os textos foram ficando prontos e fui chegando ao final do que a editora Universo dos Livros havia solicitado, percebi que não haveria ali um livro arredondado, mas um conjunto de pequenos ensaios que, apesar de positivos, não dariam as facetas talvez esperados por todo e qualquer leitor. Não é um livro para um leitor qualquer. É um livro para um leitor que eu julgo especial, que sabe que o amor talvez não seja apreensível pela filosofia --e nem mesmo pela literatura ou pela poesia-- mas que gostaria de continuar tentando sempre ver as possibilidades da razão perante a sensibilidade. Agora, o leitor não deve se deixar enganar. Coloquei perguntas no final, sim, e elas não são simples retórica. São perguntas que creio que deveríamos fazer. Mas, antes delas, há alguma resposta nos capítulos para elas, há um encaminhamento. Depois, no capítulo seguinte, eu retomo por outro lado as perguntas. A tentativa é olhar o amor com olhos de mosca, com várias facetas.
A filosofia não seria, ela mesma, uma representante do amor? Falar sobre o tema ajuda a elucidar os motivos que impulsionam o homem ao filosofar?
Exato. Essa é uma ideia do livro. Talvez uma ideia megalomaníaca. O filósofo vai escrever sobre o amor e então acaba dizendo que o filósofo é o agente amoroso principal, que amor e filosofia se fundem! Ou seja, megalomania (socrática) e um pouco de egocentrismo (platônico). Platão foi ousado demais ao dizer que a filosofia vinha do amor e era a melhor expressão do amor. Mas, podemos negá-lo? Podemos dizer que a filosofia é o que se tornou hoje, ou seja, aquilo que é, em geral, a filosofia acadêmica? Ora, a filosofia acadêmica, não raro, é uma matéria morta a ser ensinada a alunos mais mortos ainda por professores vestidos de defuntos! Todos nós sabemos que isso é um pouco verdade. Mas, não creio que podemos reduzir a filosofia a isso, não deveríamos fazer apologia dessa verdade. A universidade é importante e a filosofia universitária é uma maneira de preservar conhecimentos que não têm igual. Mas professores que são exclusivamente professores, não filósofos, se obrigam a falar da filosofia de modo neutro. Ora, o amor por definição não é neutro; é amor e, portanto, engajamento. Sendo assim, para que a filosofia cumpra o destino de seus fundadores, ela precisa de filósofos que não se mantenham sempre como professores. Precisa de filósofos que possam filosofar sem se preocupar em ensinar. Ou seja, precisa de gente que possa amar, isto é, se envolver com a vida de outros de uma maneira fecunda. Falando assim, é algo vago. Mas é que não vou tirar o gosto do leitor em ler o livro e ver como amor e filosofia se arranjam.
Certa vez, Pondé disse que o ciúme é essencial em um relacionamento. É possível amar sem sentimento de posse?
Não sei em que sentido Pondé disse o que disse. Temo o Pondé pelo seu conservadorismo quase que inato e atávico, um tanto reiterativo. Não sei se os conservadores conseguem amar. Como eles falam muito a mesma coisa, acho que nenhuma amante os aguentaria muito tempo. O ciúme é algo que manifesta em quem tem posse ou pensa que tem.
O amor como um engodo da natureza para a procriação e união, tal como proposto por Schopenhauer, deixa o assunto sem graça?
Como pode ver, Schopenhauer estranhamente aparece reduzido no meu livro. Ele é um bom filósofo para ponderarmos sobre o amor, mas é preciso ter certos dotes divinos para tal. Machado de Assis, munido dele, deitou e rolou. Mas Machado era um gênio, o maior gênio da língua portuguesa e, sem dúvida, um rei entre os reis em qualquer idioma. Então, conseguiu fazer do acaso um elemento chave para falar de tudo, até de algo que com o acaso fica antes amargo que doce, que é o amor. Eu sou um simples filósofo. Não tocaria em algo que Machado, um gênio, tocou. Não sou maluco. Agora, quanto ao fato de Schopenhauer ter essa faceta típica do século 19, e achar que a natureza nos chama para acasalar para nos tapear, fazendo realizar-se antes a procriação que qualquer outro fim, realmente deixa a coisa meio chata. Aliás, o século 19 foi um século chato. Um século positivista --positivista apesar de Schopenhaeur (em sua maior parte!).
O exagero ao amor próprio é preocupante?
De modo algum. Atualmente, o contrário é preocupante. No Brasil, ninguém tem permissão para gostar de si mesmo. Bastou uma pessoa gostar de si mesma e todos os invejosos caem matando, querem que ela se dobre e se torne "humilde". Na verdade, querem que ela se torne medíocre. Veja a briga dos fanáticos por Lula e por FHC. Brigam não por projetos políticos, mas por quererem que Lula seja mais que FHC e vice-versa. Não entendem que ambos possuem currículos fantásticos, que foram expoentes diferentes, mas foram expoentes --são expoentes. Ora, tanto Lula quanto FHC podem e devem se apresentar em público sem qualquer humildade tola. Mas os adversários de um e de outro querem vê-los reduzidos, não sabem apreciar a vitória do Brasil ao ter tido como presidente dois expoentes em suas trajetórias. O Brasil é um dos países onde mais se cultiva a falta de orgulho invidual e a falta de amor próprio. Nosso "baixo clero intelectual", nas universidades, adora cobrar humildade dos outros. Temos de saber que sempre que alguém nos cobra humildade, apenas quer nos colocar em depressão. Aliás, dizem que Jesus foi humilde. Mas Jesus não era burro para ser humilde. Ele foi, até certo ponto, até arrogante! Mesmo crucificado, disse do povo que o apedrejava: eles não sabem o que fazem! Isso não era humildade. Humildade e falta de amor próprio são um perigo. Povo humilde no sentido de perder o amor próprio individual é um povo que tende a desaparecer.
*
"Como a Filosofia Pode Explicar o Amor"
Autor: Paulo Ghiraldelli Jr.
Editora: Universo dos Livros
Páginas: 112
Quanto: R$ 16,99 (preço promocional*)
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha
Atenção: Preço válido por tempo limitado ou enquanto durarem os estoques. Não cumulativo com outras promoções da Livraria da Folha. Em caso de alteração, prevalece o valor apresentado na página do produto.